De acordo com o dicionário, a palavra desejo significa: vontade de ter (algo ou alguma coisa), ambição, aspiração. Todos nós temos vontades. Ambicionamos alguma coisa... Seja um emprego melhor, uma viagem, um carro novo, uma casa própria, uma vida tranquila... Porém penso que a palavra desejo, no sentido de ter um filho, é muito mais que uma ambição, uma aspiração, uma mera vontade.
É, na realidade, uma necessidade, uma realização.
Necessidade de gerar um ser, de abrigar no ventre, por nove meses, uma preciosa vida que mesmo antes da concepção fora consagrada ao Senhor.
Necessidade de cuidar, zelar e proteger!
Necessidade de amar...
Amar com todas as forças aquele ou aquela que representa a bênção do Senhor na vida de um casal.
E quando a bênção parece demorar?
Vários pensamentos e sentimentos bombardeiam nossas mentes! Geralmente nos perguntamos: Deus se esqueceu de nós? Ele se importa conosco? O que fizemos pra merecer essa sorte?
Os sentimentos e sensações se confundem, se misturam: dor, tristeza, solidão, abandono, incredulidade, ESPERANÇA... Sim! Esperança! Afinal, ela nunca morre, não é mesmo?
Tenho esperança de que um dia serei abençoada por Deus, como assim foram tantas Saras, Anas, Marias... Tantas mulheres que passaram pelos vales secos, mas, que viram suas vidas modificadas, quando o Senhor atendeu aos seus clamores fazendo-as mães.
Hoje, sinto-me incompleta. Meus braços ainda estão vazios. Ainda não vi minha barriga crescer, nem senti ninguém mexer dentro dela... Nunca tive o privilégio de amamentar, de abraçar, de cheirar, de dizer: "- você é um presente de Deus pra mim e pro seu pai!"
É muito difícil suportar a ausência de um filho em nossa vida. No entanto, sei que nada é impossível para Deus e tenho certeza de que a promessa que o Senhor me fez, dizendo que um dia teria filhos, ainda será cumprida em minha vida!
E então, quando esse dia chegar, lembrarei que o Senhor jamais falha e que vale a pena esperar nEle, porque somente Deus, "faz que a mulher estéril viva em família e seja alegre mãe de filhos."(sl. 113:9)
Angelita Pereira, 2001.
